Biblioteca da SanFran

terça-feira, 13 de abril de 2010


Por incrível que pareça, um dos mais importantes acervos de livros e outros materiais de Direito está numa situação lastimável.
Foi feita uma transferência dos livros para um prédio próximo que não apresenta as mínimas condições de uso.
A história toda é muito triste. O antigo diretor, que é uma figura um tanto nebulosa, assinou em seu último dia várias portarias cujo conteúdo somente foi divulgado tempos depois. Portarias secretas até então. A matéria de uma delas era justamente essa transferência que se deu em um único final-de-semana. O destino não estava e, até hoje, dois meses depois não está pronto.
Há toda uma polêmica, com manifestação do MP, discurso do professor Hélcio Madeira, e a repreensão pública do vice-diretor à sua manifestação. E a resposta dos alunos em apoio ao professor.
Enfim...
Fotos e uma visão dessa história:
http://www.182-21.blogspot.com/
Breve histórico
24/mar/2010:
Redigida e enviada pelo Prof. Vita Marchi a todos os estudandes da São Francisco, via webmail USP. Tomou forma viral, sendo distribuída pelos vários e-groups. No período matutino, Prof. Marchi lê a "Carta Aberta Aberta aos Estudantes do Largo" nas Arcadas. No mesmo dia, Procuradora da República visita as "novas instalações" da Biblioteca, em diligência do Inquérito Civil Público instaurado no parquet federal.

25/mar:
MPF formula "Recomendação" e a encaminha ao Diretor da FDUSP, Dr. Antonio Magalhães Gomes Filho. Prof. Helcio Madeira tem acesso aos autos do inquérito. Prof. Marchi participa da reunião da Congregação, mas não consegue moção contrária à mudança da biblioteca. De acordo com nossas informações, durante a reunião da Congregação foi lido um manifesto dos funcionários da Biblioteca, a cujo suposto conteúdo tivemos acesso. O Prof. Helcio Madeira comparece chocado à primeira aula da noite e relata aos alunos da T.182-21 os fatos de seu conhecimento. Alunos da 182-21 ficam indignados, decidem manifestar-se pacificamente, porém com destaque. Prof. Marchi convidado a participar, não poderia ler pessoalmente a "Carta Aberta..." e aceita que o prof. Helcio o represente. Turma 182-21 convida à participação os representantes dos partidos Resgate, Fórum da Esquerda e Paradigma. Grupos de alunos tentam convencer mais colegas nas outras salas. Prof. Helcio começa a leitura da "Carta Aberta" nas Arcadas. Prof. Casella , vice diretor da Academia, se aproxima e, ao final da leitura, detrata o prof. Helcio Madeira (segundo testemunhas, teria ocorrido nítida tentativa de intimidação, com variados graus de interpretação sobre a "agressividade"). Todos os três partidos convidados se manifestam. Turma 182-21 volta a se reunir na Sala Alexandre Correia. Redigido o manifesto "A Oração Ainda Ecoa", distribuído durante a madrugada por e-group para centenas de acadêmicos.


26/mar:
Providenciadas milhares de cópias do manifesto da 182-21, pela preservação e imediata disponibilidade do acervo e repúdio à repressão contra a livre manifestação. Distribuídas entre os alunos do matutino e, posteriormente, do noturno. Jornais "O Estado de São Paulo", "Folha de São Paulo" e "Jornal da Tarde" manifestam interesse e abrem espaço na pauta, enviando repórteres. Professor Helcio faz nova leitura da "Carta Aberta..." nas Arcadas, sendo ovacionado por centanas de estudantes. Professores e funcionários também foram vistos, segundo relatos de colegas, aplaudindo o professor. Houve civilizada discussão com uma professora. CA envia Informativo Extraordinário repudiando reprimenda ao prof. Helcio. Fórum de Esquerda segue o mesmo caminho. Representação Discente distribui manifesto de apoio ao professor Helcio Madeira e repúdio às ações da Diretoria.

6 comentários:

Anônimo disse...

o salvador da pátria? rs

decio h disse...

Está mais para dom quixote. :):):)

O vice-diretor disse algo como:"sua carreira acadêmica está acabada!".

Depois disso foi aula na minha sala. O Hélcio estava arrasado. Parece até que chorou.

No dia seguinte, de manhã foi essa manifestação dos alunos. Uma coisa realmente bonita.

leandro disse...

Por que mexer no que está quieto?

Questão de ingerência, professores que viram diretores são um erro, só na hasta pública pra acontecer isso,
veja se algum operário, por mais inteligente que seja, administra alguma empresa privada?
As instituiçoes de ensino deveriam priorizar os formados em ADM.

decio h disse...

A desculpa é que ao mover as bibliotecas do prédio histórico para um prédio vizinho, abririam-se mais salas de aula para atender o limite de 60 alunos por sala. O normal é que fossem de 120. E sem dúvida, é mais legal ter aulas no prédio antigo.

Conheço um operário que dirige um país. :)

leandro disse...

Ou é dirigido por quem manda nele.

Bom, se é assim, tá perdoado, todos que estudam ai mesmo tem dinheiro suficiente pra comprar os livros que quiserem, e se não tem, porra a facul é de graça já, e se formar gera custos.

mais vale uma sala de aula que uma biblioteca:)

Anônimo disse...

"...todos que estudam ai mesmo tem dinheiro suficiente pra comprar o livros que quiserem..." [2] rs

Mas que coisa feia! Pagaram um pãozinho pra um esfomeado, pra transferirem os livros na espreita? E a idéia de substituir Goffredo pelo banqueiro? AHAHAHA!

Quando vi a foto do Digesto de Justiniano, quase que consegui enxergar o Hélcio infartando...

 
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